O jornal estadunidense USA Today publicou uma matéria que alerta sobre o aumento de doenças rara entre trabalhadores de saneamento de Nova York por conta da urina de rato, o que fez com que o Departamento de Saúde e Higiene Mental da cidade de Nova York divulgasse um alerta sobre a tendência de aumento de casos na cidade. Segundo a matéria, alguns trabalhadores já foram hospitalizados por conta da doença. Em 2023, a cidade de Nova York teve 24 casos da doença, o maior número de qualquer ano relatado, segundo a Dra. Celia Quinn, vice-comissária de saúde da cidade de Nova York para controle de doenças.
Entre os anos de 2001 e 2023, Nova York teve 98 casos – e cerca de um quarto deles ocorreu apenas em 2023, de acordo com dados do departamento de saúde. Algumas pessoas tiveram insuficiência renal e hepática aguda e algumas tiveram problemas respiratórios graves. Seis pessoas morreram em pouco mais de duas décadas. No ano de 2024, até o dia 10 de abril, a cidade já tinha registrado seis casos da doença, todos eles trabalhadores do saneamento. Dentre os 24 casos do ano passado, cinco eram da mesma categoria.
Segundo a reportagem, quase todos os casos envolveram homens e a idade mediana para a infecção foi de 50 anos. O Bronx teve o maior número de casos, com 37, seguido por 28 em Manhattan, 19 no Brooklyn, 10 no Queens e quatro em Staten Island.
Em abril de 2023, o prefeito Eric Adams nomeou o primeiro “czar dos ratos” da cidade, cujo trabalho é reduzir a população de pragas e promover ruas mais limpas e novas abordagens para a coleta de lixo. A Câmara Municipal também considerou portarias que poderiam diminuir a população de ratos usando um programa de controle de natalidade.
Nespoli disse que a exposição à doença é um risco de trabalho para os trabalhadores da coleta de lixo. Isso pode acontecer quando as luvas dos trabalhadores ficam molhadas, tornando-as mais macias e fáceis para a urina de rato penetrar, disse ele. Ele aconselhou os trabalhadores a trocarem as luvas com frequência. Nenhum trabalhador do saneamento morreu da doença, acrescentou Nespoli. Mas a perspectiva de tal cenário motivou um projeto de lei estadual apoiado pelo sindicato que proporcionaria benefícios aos funcionários e suas famílias caso ficassem incapacitados ou morressem em decorrência da doença.
O período de incubação da doença é tipicamente de cinco a 14 dias, mas ela pode se tornar ativa após dois dias ou pode levar até um mês para aparecer. Os sintomas para as pessoas variam muito, mas incluem febre, dor de cabeça, diarreia, icterícia e erupção cutânea, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. Mas, sem tratamento, a doença pode levar a insuficiência renal, meningite, danos no fígado e desconforto respiratório.
Matéria escrita por USA Today, editada e traduzida pela Secom Rede