Está circulando nas redes sociais e meios de comunicação um artigo que investigou os fatores associados à mortalidade pós-COVID-19 em casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil, onde as pesquisadoras pontuam que “o efeito protetor da imunização contra a COVID-19 foi observado até um ano após os primeiros sintomas. Após um ano, o efeito foi revertido, mostrando um risco aumentado de morte para os vacinados”.
Contudo, especialistas afirmam que o artigo tem erros gravíssimos de análise, que comprometem seriamente os resultados. A médica — membro da Academia Brasileira de Ciências — Ester Sabino questiona, em sua crítica, se “basta um artigo ser publicado em uma revista científica para estar correto?” a qual ela responde que “NÃO”. Em seu texto, a médica pontua que “um dos erros mais comuns em estudos médicos é o viés na coleta de dados, que muitas vezes passa despercebido durante a análise. Por isso, antes de submeter um estudo, especialmente se contradiz pesquisas já consolidadas, o pesquisador deve revisar os dados com rigor e considerar possíveis erros. Um bom cientista é o primeiro a questionar os próprios resultados.”
Além da médica, a Fiocruz, o Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (IMS/Uerj) e o Ministério da Saúde publicaram notas pontuando as limitações encontradas no artigo que não permite conclusões transparentes.
Leia as notas nos links abaixo:
Fiocruz divulga nota sobre efetividade das vacinas contra a Covid-19
Ministério da Saúde contesta artigo científico com análise inadequada de dados sobre a covid-19