A Rede Trabalhadores & Covid-19 lança o seu décimo segundo Informe. Desta vez, o tema é o vírus H5N1, responsável pela doença conhecida como gripe ou influenza aviária. O objetivo é contribuir com o enfrentamento da emergência zoossanitária causada pelo vírus, divulgando informações sobre o perigo que esse agente pode causar, além de dar recomendações a trabalhadores que tenham contato com aves silvestres e de criação ou que trabalhem no setor de pecuária e alimentos, principalmente o ramo de aves.
Destinado a trabalhadores, trabalhadoras e empregadores, o Informe traz informações aprofundadas sobre a doença e esclarecimentos respaldados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária e pela Organização Pan-Americana de Saúde. Dentre eles, informações do boletim da Opas, como as atualizações epidemiológicas, onde ressalta que o vírus tem potencial para causar infecções em humanos que tenham contato com algum animal infectado, porém, o vírus não é espalhado facilmente de humanos para humanos.
Mesmo que essa transmissibilidade seja difícil, o Informe 12 já deixa orientações e recomendações para trabalhadores e empregadores, principalmente os de ramo de aves. Segundo o Informe, a forma como esses animais são armazenados em frigoríficos “deprime imunologicamente os bandos de aves de criação, modificando os repositórios naturais do vírus da influenza aviária”, favorecendo, assim, o espalhamento da doença nesses ambientes.
O informe salienta que criadores, transportadores, trabalhadores de frigoríficos de abate de aves (em especial os envolvidos nas atividades de recepção das aves e o setor de pendura), encontram-se em uma situação de risco, assim como profissionais da saúde que lidam com controle de surtos.
As recomendações no documento são destinadas a gestão e trabalhadores diretamente expostos. O informe recomenda, por exemplo, a implementação urgente de um ‘Plano Emergencial de Prevenção à Influenza Aviária’, assim como a elaboração imediata de ‘Protocolos de Prevenção e Controle de Influenza em Criadores e Frigoríficos de Abate de Aves’. Um dessas ações está sendo realizada pelo Ministério da Saúde (MS), que o instituiu o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública Influenza Aviária (COE Saúde Influenza Aviária) publicado na PORTARIA GM/MS Nº 658, de 02 de junho de 2023, que será composto por diversos Grupos de Trabalho (GT/COE/MS). Para compor um desses grupos, as coordenadoras e pesquisadoras da Rede Liliane Teixeira e Rita Mattos foram convidadas para traçar estratégias em defesa da saúde dos trabalhadores. Já para os trabalhadores, as recomendações vão desde o monitoramento das aves comerciais até a disponibilização e utilização de equipamentos de segurança (EPI’s).
Considerada uma doença de alto risco, o número de aves infectadas vem crescendo em todo o mundo, já atingindo mamíferos, como no Chile, onde nove mil animais marinhos foram mortos pela doença, dentre eles leões e lontras marinhas. Já no Brasil, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, existem 39 casos confirmados da doença em aves, com 16 investigações em andamento. Diante disso, o país está em estado de emergência zoossanitária.
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