“Covid-19 Y Salud em el Trabajo em Colombia” foi o tema da segunda sessão científica do mês de setembro da Rede de Informações e Comunicação sobre a Exposição de Trabalhadores e Trabalhadoras ao SARS-COV-2. Para a atividade, a Rede convidou o convidou o professor associado e diretor do departamento de saúde pública da Faculdade de Medicina da Universidade Nacional da Colômbia Maurício Hernandes Torres Tovar, que falou sobre alguns aspectos da pandemia relacionados com a saúde do trabalhador e trabalhadora de forma permanente. “A pandemia revelou com força a importância do trabalho na sociedade”, salientou o professor, reforçando que a precariedade no trabalho também foi trazida à tona por conta da crise de saúde global, principalmente os trabalhadores e trabalhadoras da saúde. “São formas muito perigosas e precárias de trabalho em todo o mundo”.
Assim como aconteceu no Brasil, e em diversos outros países do mundo, o professor comentou sobre a negação dos efeitos da pandemia e uma possível causa do porquê tal fato aconteceu no seu país. “Na Colômbia está muito presente por conta das reformas privatizadoras dos sistemas de proteção social, onde as seguradoras tem como compromisso a contenção de gastos”, justificou o professor.
Segundo fontes apresentadas pelo professor, o país teve mais de seis milhões de casos confirmados, dentre esses, mais de 140 mil óbitos. “ A Colômbia está entre os países do mundo onde a pandemia teve maior impacto, causando a morte de diversos trabalhadores”, ressaltou o pesquisador, explicando que isso acontece devido as más condições que o sistema de saúde colombiano vem enfrentando há tempos, além da privatização da saúde, ele cita uma crise crônica da deslegitimade social, o modelo de atenção centralizado na atenção individual da enfermagem e a precarização do trabalho.
Para explicar esses pontos, o professor esclareceu sobre o funcionamento do mercado de trabalho colombiano, e como isso ajudou a impactar na saúde do trabalhador durante a pandemia da Covid-19. “Foram adotadas medidas governamentais diferentes para os trabalhadores formais e informais da Colômbia, onde os mais impactados foram os trabalhadores informais”, salientou. A população com trabalho informal na Colômbia, segundo resultado de pesquisas, é de quase 50%, porém o professor explica que acadêmicos suspeitam que esse número é muito maior.
Em sua fala, Maurício Hernandes apresentou dados dos trabalhadores colombianos diante da pandemia. Homens foram os mais atingidos, consequentemente foram os que mais perderam a vida. Já a faixa etária mais atingida foi entre 29 a 50 anos. Os casos de contaminados dentro do setor de saúde passaram de 80 mil e a morte entre trabalhadores foram de 355, porém, o pesquisador salienta que estudiosos acreditam que os números de óbitos foram subnotificados, e que tenham sido muito maiores.
Além disso, o professor apresentou o “Observatorio Laboral em tempos de Coronavirus” criado pela Confederación de Trabajadores de Colombia, que divulgava boletins com orientações para trabalhadores diante da Covid-19.
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