Saúde e Processo do Trabalho em Frigorífico: da necessidade ao adoecimento foi tema da última sessão da Rede de Trabalhadores e Covid-19, guiada pela doutora em saúde pública pela Escola de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz) Gabriela Chaves Marra. Assista a atividade no Youtube.
Para os participantes da atividade, a palestrante contou sobre os caminhos que ela percorreu, além das experiências adquiridas na visita ao local de trabalho desses trabalhadores, ressaltado que, mesmo com toda a experiência adquirida, o processo é complicado de entender. “Só quem sabe, de verdade, o que esses trabalhadores passam são eles mesmo, que estão dentro dos frigoríficos com a faca na mão”, ressaltou a pesquisadora.
Na sua apresentação, Gabriela desmistificou a visão dos ambientes de trabalho dos frigoríficos, por muitos desconhecidos, como a exposição dos trabalhadores no momento de arte dos animais, dentre outros processos, que, segundo a pesquisadora, são pontos que precisam de atenção e ajustes. “Dá para melhorar tudo isso, mas enquanto a gente continuar com o sistema de produção voltado para o agronegócio, onde os alimentos são Comodittes, não tem como melhorar a saúde do trabalhador e o impacto desse processo de trabalho”, salientou Gabriela, ressaltado que todo o processo está interligado, sendo uma questão econômica.
Para ela, alguns pontos já foram importantes para a mudança do ambiente de trabalho dos frigoríficos, como a NR 36, mas ela reforça que outras ações precisam ser tomadas, dando como exemplo as pausas maiores de descanso, a diminuição do tempo de escala, como a diminuição dos animais abatidos por dia, dentre outros.
Além disso, a pesquisadora relembrou o quanto a Covid-19 foi impactante para esses trabalhadores que sofreram com o desemprego e a exposição sofrida nos ambientes de trabalho. “É uma doença de classe, ela pega mais os trabalhadores”, reforçou a pesquisadora, que finalizado a sua apresentação salientou a importância de conversas freqüentes com os trabalhadores para entender o seu processo de trabalho.
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