Na última semana, o Brasil registrou o primeiro foco de gripe aviária H5N1 em uma granja comercial no estado do Rio Grande do Sul, no município de Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Com a descoberta, a exportação brasileira já foi suspensa para diversos países. A Rede de informações e comunicação sobre a exposição de trabalhadores e trabalhadoras ao SARS-CoV-2 no Brasil (Rede Trabalhadores & Covid-19), que atua como instrumento de registro da situação de exposição de trabalhadores essenciais, para subsidiar o trabalho de tomadores de decisão política, além de compartilhar experiências e potencializar ações em saúde pela integração de 3 redes integradas e interligadas: pesquisadores, serviços de saúde e trabalhadores e trabalhadoras, já tinha alertado sobre a propagação e o risco do vírus.
Em maio de 2023, com o decreto de estado de emergência zoossanitária emitido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) diante da identificação de aves silvestres contaminadas pelo vírus da Influenza A (H5N1), a Rede emitiu uma Parecer Técnico com a recomendação da “implementação urgente de um ‘Plano Emergencial de Prevenção à Influenza Aviária’, assim como a elaboração imediata de ‘Protocolos de Prevenção e Controle de Influenza em frigoríficos’”. Além disso, também recomendou o fechamento imediato das plantas que houvesse a detecção do vírus H5N1 em aves.
A Nota foi criticada por parlamentares e empresários do agronegócio brasileiro, ignorando a gravidade de uma nova pandemia. Integrantes da Rede se reuniram com os trabalhadores do setor frigorífico e apresentaram a nota, além das atualizações sobre o caso emitidas pelo Mapa naquela época, para alertar os trabalhadores do risco.
Além da Nota, em junho do mesmo ano, a Rede publicou o Informe 12, com informações aprofundadas sobre a doença (Gripe Aviária) e esclarecimentos respaldados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária e pela Organização Pan-Americana de Saúde. Dentre eles, informações do boletim da Opas, como as atualizações epidemiológicas, onde ressalta que o vírus tem potencial para causar infecções em humanos que tenham contato com algum animal infectado, porém, o vírus não é espalhado facilmente de humanos para humanos.