A Rede de Informações e Comunicação sobre a Exposição de Trabalhadores e Trabalhadoras ao SARS-CoV-2 acaba de lançar seu sexto informe destinado aos trabalhadores e empregadores da indústria de abate e processamento de carnes e derivados. O informe objetiva divulgar as orientações que foram elaboradas pela Administração de Segurança e Saúde Ocupacional (Osha) e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
Os trabalhadores e trabalhadoras de frigoríficos são considerados essenciais neste momento de pandemia e, desde o início, ficaram expostos à Covid-19 no Brasil, o que gerou ações do Ministério Público do Trabalho (MPT) para preservá-los, já que aconteceram surtos em fábricas de abate.
O informativo alerta que esses trabalhadores não ficam expostos ao SARS-CoV-2 por meio dos produtos que manipulam, e sim pelo ambiente de trabalho e os meios utilizados para chegar até lá. Além de trabalharem próximos uns dos outros, as fábricas de frigorífico são ambientes que propiciam o espalhamento do vírus, uma vez que são pouco ventiladas com ar natural devido ao produto manipulado.
O CDC disponibilizou algumas ações que deveriam ser implementadas por empregadores nos frigoríficos para conter o surto: pré-seleção, triagem no local de trabalho, monitoramento regular. Essas e outras ações estão dispostas no documento. O informe orienta, ainda, como os empregadores devem fazer um plano de avaliação para o controle da Covid-19. O documento ressalta a importância, por exemplo, de os trabalhadores, nas instalações das fábricas, saberem a forma correta de entrar em contato com os coordenadores caso haja qualquer dúvida relacionada à doença.
Medidas de controles de engenharia e de administração também são orientadas no documento, que traz, também, em formato de ilustração, o distanciamento correto entre os trabalhadores na estação de trabalho de empacotamento e de processamento de carne, um local que possibilita aos trabalhadores ficarem bem expostos.
Constam do documento, ainda, temas como triagem e monitoramento desses trabalhadores e trabalhadoras, limpeza e desinfecção no processo de carnes e derivados, além de treinamentos para os trabalhadores(as) e supervisores(as) sobre como reduzir a disseminação da Covid-19, equipamento de proteção pessoal e informações a respeito de como os trabalhadores devem proceder se apresentarem sintomas da doença.
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Rede de Informações e Comunicação sobre a Exposição de Trabalhadores e Trabalhadoras ao SARS-CoV-2
A Rede de Informações e Comunicação sobre a Exposição de Trabalhadores e Trabalhadoras ao SARS-CoV-2 surgiu devido à crescente demanda dos trabalhadores por informações, para orientar os planos de contingência e protocolos por local de trabalho e ramos produtivos, conhecendo, assim, as condições de trabalho e de saúde dos trabalhadores dos serviços essenciais que estão atuando não apenas com os pacientes, mas também com a população potencialmente infectada pelo SARS-CoV-2, para subsidiar ações de mitigação dos riscos à saúde.
A rede utiliza dados, informações, conhecimento e comunicação para produzir os documentos que servirão de base para esses trabalhadores. A rede é constituída pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), incluindo o Centro de Estudos e Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP/Fiocruz), a Plataforma Renast On-line – Fiocruz Brasília, a Universidade Federal da Paraíba e o Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e Ambientes de Trabalho (Diesat).
Instituições internacionais também estão na articulação feita pela rede para dinamizar o trabalho e cooperar com o desenvolvimento das metodologias do projeto, com base em três áreas do conhecimento, ciência da computação — pela The University of British Columbia, epidemiologia ocupacional — pela Fondazione IRCCS Ca’ Granda Ospedale Maggiore Policlinico e ação coletiva — pela Universidad Nacional de Colombia.
O Informe ENSP acompanhará as ações com a divulgação dos documentos e as denúncias feitas pelos trabalhadores.
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