Em ofício assinado em conjunto pela Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA), Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores da Alimentação da CUT (CONTAC/CUT) e a Regional Latino-americana da União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação (Rel UITA ), encaminhado na terça-feira (6) para o Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, as entidades manifestaram preocupação com o crescente número de acidentes e vazamentos de amônia em frigoríficos e plantas da cadeia de frios no Brasil.
O documento aponta que o setor registra um acidente com vítima a cada 17 dias. Citando dados do Observatório de Saúde e Trabalho no Agronegócio (ObAgro), o ofício conta que o índice de acidentes com amônia cresceu cinco vezes no país em 2023.
“Sabemos que a amônia apresenta grandes vantagens para sistemas industriais, especialmente na área de frigoríficos, cervejarias, refrigerantes e laticínios. Entretanto os danos à exposição são graves, causando tosse convulsiva, dificuldades e dores para a respiração, congestão pulmonar e, nos casos de grande concentração de amônia, perdas do feto, inclusive possível chegar à morte da pessoa”, diz um trecho do documento.
“Normas não são cumpridas, os investimentos em prevenção são baixos, as políticas de manutenção das empresas são precárias, fiscalizações quase não existem”, diz Artur Bueno Júnior, presidente da CNTA.
“Esses são apenas alguns dos fatores que contribuem para o crescimento extraordinário do número de acidentes e vazamento de amônia em nosso país, colocando a vida dos trabalhadores em risco continuamente”.
O ofício pede, por fim, uma reunião urgente do MTE com representantes das entidades que assinam o documento para discutir alternativas que possibilitem diminuir ou mesmo mitigar os acidentes com amônia nas empresas.