Orientações sobre testes para a Covid-19 e questões relacionadas à imunidade são temas do oitavo boletim da Rede de Informações e Comunicação sobre a Exposição de Trabalhadores e Trabalhadoras ao SARS-CoV-2 no Brasil (Rede Trabalhadores & Covid-19). Segundo o boletim, os diversos testes disponíveis para a detecção da Covid-19 têm sido motivo de muitas dúvidas, principalmente as que tangem ao retorno do trabalho.
Nesta edição, o objetivo é levar orientações para os trabalhadores sobre os testes de Covid-19 e questões relacionadas à imunidade, além de esclarecer as dúvidas acerca das interpretações do uso e dos resultados dos testes de diagnósticos de Covid-19.
Um dos alertas presente no boletim é a preocupação com falsas notícias que circulam nas redes sociais sobre a necessidade de um teste pós-imunização, para confirmar se as pessoas criaram realmente anticorpos depois da vacinação. O boletim classifica tal ato como erro grave, pois, como já sabido por todos, a imunização não impede você de ser infectado pela doença. Além disso, o boletim também manifesta preocupação com a variante Delta, que vem se espalhando cada vez mais rápido no país, principalmente no Estado do Rio de Janeiro. Diante disso, o documento reforça a orientação da utilização do uso de máscaras, mesmo por pessoas já vacinadas, o distanciamento social e a higienização das mãos.
O boletim explica os três tipos de testes disponíveis para a população. O teste de diagnóstico, mais conhecido como RT-PCR, confirma a doença por meio do RNA do vírus, obtido, preferencialmente, pelo raspado da nasofaringe. Esse teste consegue detectar o vírus em estágios inicias da doença, mesmo com baixa carga viral.
O segundo teste abordado pelo boletim é o antígeno. Segundo o documento, ele detecta características estruturais do vírus, pequenas proteínas que os constituem e chamadas de antígenos. As amostras são colhidas por meio nasal, nasofaringe e saliva.
Já o terceiro teste é o anticorpos ou sorológico. Esse, explica o boletim, é um teste rápido, feito por meio de uma colheita de sangue, que detecta a presença de IgM ou IgG, marcação de infecção recente ou tardia. Para deixar claro o que significa cada uma das siglas, o boletim explica que “a detecção dos anticorpos IgM tende a indicar uma resposta imune recente, enquanto a detecção de anticorpos IgG indica uma fase posterior chamada de memória, sendo ambos utilizados para a vigilância e triagem.” Quanto a esse teste em específico, o informe aponta que pode ocorrer grande número de erro, já que depende da quantidade de anticorpos mínima para ser capaz de detectá-los na amostra de sangue. Por isso, ele não é recomendado para diagnosticar a doença.
Mais do que explicar sobre os testes para os trabalhadores, o boletim também mostra o ciclo de infecção pelo Sars-Cov-2, a sensibilização do sistema imunológico na produção dos anticorpos e qual o melhor momento para a realização do teste, além de um resumo dos resultados e interpretações sobre cada um dos testes.
O boletim ressalta que o único passaporte de imunidade para a Covid-19 é a vacinação, além de deixar claro que não há evidências de que pessoas que se recuperaram da doença e/ou possuem anticorpos estejam protegidas contra possíveis novas infecções.
O informe recomenda que os testes de antígenos sejam utilizados para o rastreamento de contaminados, e caso seja positivo o teste RT-PCR, o trabalhador deve se manter em distanciamento social até o resultado do exame. Ademais, o boletim destaca que “a testagem deve considerar a escala e o vínculo de trabalho (servidores, terceirizados, etc.). Dessa forma, será possível conter a circulação do vírus entre as pessoas/trabalhadores que não estão contaminados e ou vacinados, possibilitando a erradicação da Covid-19”.
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